Alejandro Brittes leva o Chamamé para a Costa Oeste dos Estados Unidos, em turnê com mais de 50 shows pelo país.

Acordeonista, compositor, pesquisador e intérprete Alejandro Brittes embarca em agosto para uma nova turnê, levando o Chamamé para festivais, universidades, locais históricos e bibliotecas, com shows e palestras sobre a história do ritmo. Brittes também arrecadará doações financeiras para as vítimas da tragédia climática do RS.

Foto de Magali De Rossi

O acordeonista argentino radicado no Rio Grande do Sul Alejandro Brittes se prepara para uma nova turnê nos Estados Unidos. Desta vez, o destino é a Costa Oeste, passando por Califórnia, Novo México, Arizona, Illinois, Indianapolis, Utah, Nevada e Texas. O artista embarca em agosto e permanece até outubro no país, acompanhado pelos músicos André Ely (violão de sete cordas) e Carlos Eduardo de Césaro (contrabaixo/baixo). 


Essa é a segunda vez que Brittes leva o Chamamé para o país. Em 2023, o músico tornou-se o primeiro acordeonista chamamecero a tocar na Library of Congress, Edifício Thomas Jefferson - Auditório Coolidge em na capital dos EUA, Washington D.C e palestrar sobre o ritmo em universidades de excelência em pesquisas musicológicas como Georgetown University em Washington, D.C. e George Mason University em Fairfax, VA. 


Agora, Brittes fará colaboração com artistas e orquestras dos Estados Unidos, estabelecendo uma conexão cultural entre as Missões Jesuíticas da América dos Sul com as Missões da Costa Oeste do país norte-americano. Entre os destaques, está o concerto na Mission of San Miguel, conhecida como Capela de São Miguel, uma igreja da missão colonial espanhola em Santa Fé, Novo México, construída entre os anos 1610 a 1626, definida por estudiosos como a mais antiga dos Estados Unidos e que possui o mesmo nome de um dos principais patrimônios materiais do Brasil, as Ruinas de São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul.

Foto de Fabricio Simões

Outro ponto importante da turnê é o intercâmbio musical com a acordeonista Gertie López, representante da comunidade indígena Tohono O'odham do Arizona, bem como a colaboração com a Camerata del Sol do Novo México, em que será executado o repertório do álbum (L)ESTE, trabalho premiado no açorianos de música 2022 em Porto Alegre no Rio Grande do Sul.

A digressão ainda prevê atividades formativas juntos as Universidades Western New Mexico University – NM e University of Nevada - NV, e em concerto em bibliotecas de renome, Nixon Library Theater – CA e show em Festivais como San José Jazz Festival - CA, Cotati Accordion Festival- CA, ABQ FOLK FEST  - NM e Music in Corrales – NM e um circuito nas Missões Californianas como Mission San Francisco Solano – CA, San Miguel Chapel – NM.

As atividades formativas estão direcionadas a estudantes e professores acadêmicos e terão como foco a história do Chamamé, bem como a sua relação com os rios, visto que eles são inspiração para as mais belas composições do gênero e simbolizam a união de culturas e fronteiras. “E, neste momento pós catástrofe no Rio Grande do Sul, está unido o mundo em solidariedade nos ensinando que somos iguais, mais do que nunca”, comenta Brittes.

Com 35 anos de difusão da cultura Chamamecera, Brittes carrega consigo todos os elementos simbólicos em torno do ritmo, que representa a inclusão dos povos originários na formação cultural da América Latina, devido a sua condição histórica, bem como o apelo em relação ao meio ambiente. 


Ao lado da historiadora e produtora cultural Magali de Rossi, Brittes vem fazendo uma pesquisa musical e antropológica sobre o Chamamé há anos e que foi publicada em livro em 2021. Conforme o estudo, o ritmo possui em sua gênese a música ancestral guarani e a música barroca introduzida nas Missões Jesuíticas do Sul da América Latina com a ritualidade musical e cosmovisão de nossos povos originários, os Guaranis. O gênero se forja a partir da memória coletiva em um processo de 400 anos em uma macrorregião cultual compreendia por Sul e centro do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai em torno das bacias hidrográficas e mananciais destes países.



ARRECADAÇÃO DE DOAÇÕES PARA AS VÍTIMAS DAS ENCHENTES NO RS


Para essa turnê, Alejandro Brittes firmou parceria com a ONG Direct Relief (https://www.directrelief.org/) e Brazil-California Chamber of Commerce (BCCC) , para a realização de uma campanha para levantar fundos para a população gaúcha afetada pelas enchentes. Em seus shows, Brittes irá contar o que aconteceu no Rio Grande do Sul e pedirá doações financeiras, que entrarão direto na conta de Direct Relielf. A entidade está articulada com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul para a destinação das doações aos atingidos. 


SOBRE ALEJANDRO BRITTES

Acordeonista, compositor, pesquisador e intérprete de música do litoral Argentino com nove discos gravados. Estudou música acadêmica na Escola Juan Pedro Esnaola, possui 30 anos de difusão do Chamamé pelo mundo apresentando-se em vários países como: Estados Unidos, Canadá, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Portugal, Espanha, França, Itália, Áustria, Alemanha e República Tcheca.

Venceu como melhor instrumentista o festival de Cosquin em 1996 com uma música autoral. Ganhou o prêmio Revelação da música Ramallo Porá e o prêmio Carlos Keen como melhor instrumentista e grupo musical e no mesmo ano, em 1996, venceu o Festival Nacional del Chamamé de Federal, Entre Ríos (AR) e o prêmio Açorianos de música 2022 com o álbum (L)ESTE na categoria de melhor arranjo. 

Pesquisa as origens musicais do ritmo Chamamé, preocupando-se com a identidade do gênero, devido a isso, em 2021 publica o Livro bilíngue: “A origem do Chamamé” junto com a historiadora e produtora cultural Magali de Rossi sendo este um dos mais vendidos na Amazon Brasil na categoria artes daquele ano.

Realizou turnês com artistas como: Chango Spasiuk, Raúl Barboza, Os Fagundes, Elton Saldanha e Shows com nomes brasileiros como Luiza Possi. Como solista, tocou com a Orquestra Sinfônica de Mato Grosso do Sul e Orquestra de Câmara Versatellis.

Gravou com nomes argentinos como o grupo de rock “Los Piojos” nos álbuns “ Tercer Arco” e “Azul” nas músicas “Todo Pasa”, “Don't say tomorrow”, “Vals inicial” e “Y qué más” e com Luiza Calcumil, Raúl Barboza, Antonio Ríos, dentro outros. 

Em 2023, tornou-se o primeiro acordeonista chamamecero a tocar na Library of Congress, Edifício Thomas Jefferson - Auditório Coolidge em na capital dos EUA, Washington D.C e palestrar sobre o Chamamé em universidades de excelência em pesquisas musicológicas como Georgetown University em Washington, D.C. e George Mason University em Fairfax, VA. 

Conceituado pelo Norte Americano Mark Brill, PHD em música da Universidade do Texas - EUA, no livro “Music of Latin America and the Caribbean”, como um dos três principais acordeonistas do gênero.

Assista o concerto (L)ESTE:


Escute o Álbum: 


Veja os clipes: 


Entrevista de Alejandro Brittes para Library Of Congress, dirigida por Douglas Peach - Coordenador do programa Folklife Musican: YOUTUBE

Concerto no Coolidge Auditorium – Washington DC – No complexo do Capitólio dos Estados Unidos



A produção da digressão é produzida pelos produtores PHD José Curbelo da Ocho Bajos Music e Magali de Rossi Produções e conta através da Lei de Incentivo Rouanet com o patrocínio do Arroz Prato Fino e realização do Ministério da Cultura – Governo Federal com apoio da Brazil-California Chamber of Commerce (BCCC)  e Direct Relief.



Dona Flor Comunicação

Raphaela Donaduce Flores | jornalista 

raphaela@donaflorcomunicacao.com.br

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